sexta-feira, 13 de junho de 2008

CONTRA A ESCURIDAO DA CIDADANIA CULTURAL

Não quero que meus versos
batam à porta de ninguém.

Prefiro que entrem
pelas fechaduras lacradas
dos ouvidos dormentes

Que eles saltem
as janelas dos olhos
enquanto estes dormem
e despertem
desejos nos pesadelos
das noites em claro

Que desçam
pelas frestas dos velhos
telhados pensamentos
e os renovem
antes que o inverno das dores
de gota em gota
afogue a esperança
do dia ensolarado

Quero meus versos
inconvenientes
invasores
sorrateiros

Pela necessidade
do susto
que nos tira a rotina
medíocre dos dias

2 comentários:

Beth Kasper disse...

Este poema é Lilia!!
Tem o fogo da paixão por tudo que ela faz. E faz bem feito!

alexandre almeida disse...

O fogo só funciona com oxigênio
respira...
o ar
flor que plantei no jardim...